segunda-feira, 9 de julho de 2007

Bons de briga, ruins de fama. - Primeira Edição

Chuck Norris, Charles Bronson, Steven Seagal, Jean Claude Van Damme, Sylvester Stallone… com certeza você já viu inúmeros filmes com esses nomes, sejam mofando no fundo de alguma locadora de vídeo e DVD, ou em algum “Domingo Maior” desses da vida. Atores marcados por se prenderem a um estilo cinematográfico e a ele se dedicar toda vida: os filmes de ação e, diga-se de passagem, daqueles de orçamento baixo. Nomes como esses são considerados por muitos verdadeiros “ícones”, mas que, paradoxalmente, tal rótulo de “ícones” é dado de uma forma irônica. Sim, são ídolos trash. Lutadores e/ou fisiculturistas que de repente descobriram que fazer filmes de porrada era uma fórmula lucrativa. Ah, reparem que sequer o figurino precisa variar de um filme para outro!

Porém há de lembrar que esses nomes foram umas raras exceções que deram certo nessa fórmula. E olhe lá o que vocês consideram dar certo! Todos tiveram seus momentos de auge. Qual o admirador de filmes de ação que nunca assistiu “A Força em Alerta 1 e 2”, com Steven Seagal, ou “O Grande Dragão Branco”, com Van Damme? Mas há de lembrar que o mesmo Seagal atuou em filmes como “Hoje Você Morre”, e Van Damme em “O Agente Biológico”. Desses vocês se lembram? É, atualmente eles sobrevivem fazendo esses filmes de nomes toscos que chegam direto nas locadoras e com distribuição limitada. Stallone há anos anda colecionando fracassos na carreira e agora tenta apostar na ressureicao de seus maiores sucessos – as franquias “Rambo” e “Rocky” – para voltar aos holofotes. Charles Bronson, o primeiro ator da história a cobrar uma cachê que atingisse a marca de U$: 1 milhão, após ficar marcado por atuar nos cinco filmes da série “Desejo de Matar”, faleceu no ano de 2003 vítima de pneumonia e da doença de Alzheimer, e só depois de morto teve seu “talento” reconhecido ao ser lembrado pela Academia. Já Chuck Norris, coitado! Após ficar marcado por estrelar “clássicos” como as franquias “Braddock” e “Comando Delta”, hoje é mais lembrado pelas piadinhas que fazem a seu estereótipo do que pelos filmes em si. “Bruce Banner quando fica com raiva se transforma no Hulk; o Hulk quando fica com raiva se transforma no Chuck Norris!”. “Chuck Norris na verdade já morreu há dez anos, acontece que a Morte ainda não teve coragem de dizer isso para ele”. Tudo bem, tudo bem, vou parar!!

E olhe que estou falando dos nomes que deram certo nesse ramo de filmes de ação. Diversos nomes chegaram a aparecer como grandes promessas do ramo e chegaram até a conseguir um certo reconhecimento entre o público alvo, como são os casos de Dolph Lundgreen, Mark Dacascos, Lorenzo Lamas, Michael Paré, Lois Grossett Jr., Gary Busey, entre muitos outros, mas hoje não passam de nomes que recheiam as prateleiras daquelas locadoras de quinta categoria. Ah, não podemos esquecer de Patrick Swayze, que fora os sucessos que fez como o fantasminha apaixonado de “Ghost” e o professor de dança de “Dirty Dancing Ritmo Quente”, teve sua carreira marcada por muitos desses filmes de pancadaria gratuita, como “Matador de Aluguel” e “Black Dog Estrada Alucinante”. Hoje, qualquer papel de coadjuvante em uma produção mediana pode ser considerado luxo para Swayze.

Fora esses, há inúmeros outros atores de filmes de ação que fizeram zilhões de filmes e até hoje não atingiram o devido reconhecimento. Posso citar nomes como Don “The Dragon” Wilson, Jeff Fahey, Mario Van Peebles, Frank Zagarino, Micheal Dudikoff (aquele mesmo de “American Ninja”, que tanto passa nas “Sessões da Tarde”), e mais uma lista interminável. Quer que eu cite grandes sucessos desses nomes? Desculpem, já é pedir demais.

O público alvo dos filmes estrelados por esses disparadores de socos e chutes de plantão pode até ser reduzido, mas, mesmo assim, há um público fiel apreciando a arte de seus trabalhos mesmo que pelo status de trash. Para você que curte um bom filme de ação com muita pancadaria, vá até a locadora mais próxima do seu bairro, e quem sabe em meio aqueles montes de produções de orçamento reduzido com títulos toscos, você encontre algo de interessante. Uma coisa lhes garanto: há sim qualidade, e todos esses nomes citados possuem seu valor.

por Thiago Sampaio

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